Ubiquidade (Fé – 2)
Foto: Nature - Josep Monter Martinez
Uma casa. Memórias penduradas em caixilhos de madeira, suspensas no tempo. Nesse que já não volta. Que partiu. Outros alicerces se erguem dos ramos da árvore ceifada e estendem-se até à eternidade.
Clamam ao vento que entra pelas janelas por um pouco de esperança. O seu eco ressoa pelos campos e cidades, fazendo o mundo tremer. O chão rasga. A alma afunda. É na dor que a oração tem maior impacto.
A pequenez da humanidade, sucumbida à sua inaptidão, reclama por algo maior. Por algo que potencie o amor. Daquele que faz o peito voltar a bater quando se rompe o esquecimento.
E a sala escurecida adquire outros tons, devolvendo o ânimo ao ser.
A prova. A razão.
É na crença que mora a força que habita em nós, instigando os momentos que se vão sucedendo em atropelo. Recaia no que recair. É a fé que nos faz prosseguir.
Sara Silva