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Mil Razões...

O quotidiano e a nossa saúde emocional e mental.

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22
Out10

História de amor, de dor, de horror (Histórias de Amor – 11)

Publicado por Mil Razões...

 

As histórias têm, normalmente, uma lição a tirar, sejam elas de que cor forem. Parece que são mais relevantes as que contam os azares da vida, os desencontros, as coincidências, os absurdos e até os amores. Quanto mais intensas melhor, mais tiramos para nós. Mais lições. Porque essas histórias é que são boas, aquelas que mexem connosco. É que assim dá para viver aquilo tudo, dá para sentir.

Aquilo. Aquilo que escondemos durante o dia, aquilo que disfarçamos, a fazer de conta que não nos interessa, que não nos incomoda porque somos seres racionais, seres equilibrados. Porque somos adultos e maturos.

 

Quantas vezes ao dia? Que alguém conte por favor!! Quantas?

Tantas vezes ao dia, tantas e tantas vezes que já nem damos conta o que é que sentimos. Só para nos voltarmos a lembrar no conforto do lar, no quentinho debaixo da mantinha, em que meia dúzia de lágrimas mal escorridas nos fazem chorar por causa de uma história. Até parece que já estou melhor, que aliviou. Esta história era das boas!

Já lá vão os tempos dos melodramas em que tudo nos comovia. Não havia paciência, lágrimas por tudo e por nada. Olha se agora toda a gente perdia a cabeça? Que horror!

Perdia a cabeça e dizia o que lhe vai na alma, o que lhe vai no coração, o que lhe arrepia a espinha, o que lhe dá nojo, o que lhe mete asco, o que lhe vira as tripas, o que lhe desalenta.

 

Pára lá com essa história que já chega!! Estamos a falar de coisas sérias! Há coisas com que não se brinca! Não se brinca, pronto! Não se brinca com os sentimentos das pessoas, com os desejos, com os sonhos, com as inseguranças, que horror!

Que horror? Que horror ou que dor? Que dor de já não conseguir sentir na pele aquilo que os olhos vêm. Com a pureza e a inocência dos olhos de criança em que tudo magoa como facas espetadas na barriga, nas costas, no coração, em que durante dias a dor é a vergonhosa companheira, em que as brincadeiras servem para preparar o disfarce de amanhã, depois de amanhã, daqui a 20 anos.

Eu estava a fazer de conta... Eu nem gosto de ti. Achas? Claro que não, não me dizes nada. Nem me custa, não me custa nada, que a vida é muito mais que isso. Já alguém disse, hoje em dia já não se morre de amor.

 

Carla Silva

 

28
Ago09

Dor d’alma (A Solidão – 12)

Publicado por Mil Razões...

 

"Dói-me a alma..."
Desde miúda que ouvia o meu avô dizer esta expressão. Mais velha, lembro-me de ouvir a minha mãe. E nunca entendi.
 
Hoje entendo. Hoje consigo perceber o que eles queriam dizer com aquilo. Hoje posso dizer que sei, porque já senti.
É aquela dor que vem lá do fundo, que se sente com todas as partículas do corpo. Aquela dor não física mas tão real, que chega mesmo a doer.
As palavras faltam, a vontade falta, a disposição deixa de existir. É um misto de tristeza com depressão. É não estar bem em lado nenhum, não haver nada que nos faça mexer, andar, sorrir, querer. É não deixar de respirar porque é uma função inata... porque se não o fosse, acredito que muitas vezes iria deixar de o fazer.
É o não saber o que se quer, ou pior, não se querer nada. É as lágrimas viverem, durante horas, ou dias, no limbo... prestes a saltarem. É o querer dormir até mais não, mas com a consciência de que o sono vai ser horrível.
É desejar, às 8h da manhã, que sejam depressa 19h. É começar um conversa e lá no fundo desejar que a pessoa se cale o mais depressa possível. É o querer fugir de todo o lado. É o não estar bem nem com nós mesmos. É o querer fazer reset à vida, querer morrer e acordar outra vez.
É tudo o que se ouve que não chega. Tudo o que se diz não é suficiente. Não há carinho que nos acalme, não há abraço que nos tranquilize. Não há nada. Só nós. E isso não é suficiente.
 
É sentir dor física em algo que não existe... a alma.
 
Filipa Pouzada
 
29
Out08

A pergunta

Publicado por Mil Razões...

 
Debato-me com uma questão:
Quantos de nós já pensaram em suicidar-se?
Quantos escondem esse pensamento, essa vontade?
Por não saberem de onde provém esse pensamento, ou com vergonha de admitir que no mais íntimo dos seus pensamentos passa uma vontade de terminar com a própria vida.
 
Chegamos a pensar que é ofensivo questionar alguém, se pensa, ou se já alguma vez pensou, em suicidar-se e, por isso, nem nos atrevemos a perguntar, ou a pronunciar a palavra suicídio em voz alta, como se de uma doença contagiosa se tratasse.
Continuo a questionar-me quantos de nós, na verdade, já pensaram em pôr termo à sua existência, seja por pura infelicidade, ou por uma momentânea incapacidade de gerir uma dor interminável e esmagadora, uma dor que por si só tira a capacidade diária de respirar e de viver.
Parece que os que admitem esses pensamentos são “dementes”. Como se esses pensamentos nunca surgissem a que vive "normalmente" e muito menos a mim!!!
Eu!? Eu que vivo apaixonada pela vida? Eu que adoro viver? Eu que só por sentir o vento me sinto feliz?
Sim, eu!
 
Houve um momento na minha vida, em que pensei que o suicídio seria a solução do meu problema.
Um momento em que perdi a vida ao ver morrer uma das minhas almas gémeas. Perdi o seu calor, o seu conforto e a mão forte que me guiava.
Com milhares de pessoas à minha volta, senti-me só...
Os pensamentos vagueavam presos a um passado que jamais voltaria a ser presente... por muitos adjectivos que utilizasse, nunca conseguiria descrever, escrevendo, sentimentos devastadores e demasiado insuportáveis.
Perdi o ventre que me deu vida, os braços que asseguraram a minha sobrevivência, o sorriso que me fazia feliz...
O sentido da minha vida dissipou-se e com ele a vontade de viver.
Pensei e desejei morrer!
Morrer nos meus próprios braços!
Sim! O suicídio é um pensamento que já me ocorreu!
Mas houve alguém que se atreveu a perguntar!
Houve alguém que ousou “ofender-me”, salvando-me dos meus próprios pensamentos!
 
Quantos de nós pensam no suicídio?
Não existindo uma “ofensa” capaz de questionar a existência de outro caminho e de salvar?
E nem sempre é apenas um pensamento que ocorre num determinado momento da vida, em que confundimos a dor com a falta de vontade de viver.
 
O perigo estará apenas num pensamento, na vontade de morrer, ou estará também na falta de uma pergunta, feita com preocupação e com a capacidade de salvar?
 
Susana Cabral

 

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