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Mil Razões...

O quotidiano e a nossa saúde emocional e mental.

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25
Jun18

O (des)sentido de tudo (Confiança – 12)

Publicado por Mil Razões...

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Foto: Woman - StockSnap

 

“Meu amor”. São duas palavras pequeninas que têm um valor imensurável e um significado intenso.

“Meu”. Porque és minha sem aquele sentido de posse, mas com aquele sentido de pertença, de existência em comum. Porque fazes parte da minha vida de uma forma única e especial, sem ser cliché, e ocupas um lugar exclusivo, nunca antes ocupado. Minha namorada, minha mulher, minha alma gémea, minha companheira, minha cúmplice, minha pessoa, minha mais que tudo, minha coisa boa, meu tesouro… e poderia continuar.

“Amor”. Não vou descrever esta palavra porque é o nome de um sentimento poderoso, de uma beleza singular, com um potencial incalculável. Por isso, vou apenas fechar os olhos e vou dizê-la para mim, vou repeti-la vezes sem conta e vou senti-la. Vou imaginar-te e vou só sentir aquilo que ela traduz para nós… e vou sorrir, certamente que vou sorrir, numa expressão facial e com o coração.

São duas palavras que utilizo neste nosso dia-a-dia de uma forma consciente, com sentido e com toda a emoção que elas traduzem. São bonitas e fazem-me todo o sentido. Gosto da forma como soam e gosto daquilo que provocam em ti.

 

Meu amor, isto é a introdução da nossa história. Uma história com muito mais do que 3 anos, uma história impossível de traduzir literalmente e na qual dificilmente conseguirei ser totalmente fiel. É uma história bonita que se continua a construir a cada dia e aqui ficarão essencialmente as experiências mais marcantes, os momentos mais emocionantes, os acontecimentos mais especiais e inesquecíveis que vivemos. Quero registar o que de melhor existe em nós, realçar o quão especial e únicas somos. Quero imortalizar o NÓS! Ambicioso? Talvez… mas, para além de gostar de desafios, também sou persistente!

Podia dar-lhe o título de livro porque é nos livros que se encontram as mais bonitas histórias de amor. Mas não quero, porque um livro é estanque e a história tem um fim. A nossa não tem e, por isso, não faria qualquer sentido. Quero que seja algo em constante crescimento e, assim, que seja o mais fiel possível. Cada uma com as suas particularidades, temos tanto de semelhanças como de diferenças. Lembro-me, desde cedo, de comentarmos o quão curioso era o facto de sermos tão parecidas mas tão diferentes.

Como é natural, fomo-nos conhecendo ao longo do tempo e fomo-nos descobrindo mutuamente. Porém, o mutuamente transcende-se, porque nos fomos igualmente conhecendo melhor a nós mesmas. Cada uma de nós conseguiu potenciar na outra as suas melhores caraterísticas. A vida faz-nos crescer, sem dúvida, mas o conhecimento que tenho de mim, hoje em dia, deve-se em grande parte àquilo que me foste mostrando sobre mim mesma. Sempre acreditaste em mim e nas minhas capacidades, muito mais do que eu, e isso fez-me vê-las como nunca as tinha visto.

No sentido oposto aconteceu o mesmo e as diferenças em cada uma de nós estão à vista, sentem-se. Essencialmente, somos pessoas mais otimistas, mais leves e confiantes, mais seguras, aventureiras, e mais felizes!

O “Nós” é difícil de definir. Consigo dizer que envolve sentimentos para além dos óbvios, caraterísticas específicas, pessoas em comum, paixões paralelas e objetivos semelhantes.

 

Foi assim que comecei por escrever uma história onde a confiança era inabalável. Eu sou uma pessoa desconfiada por natureza, nunca confio em ninguém até me provarem o contrário, porque as pessoas passam a vida a desiludir-nos. A minha quota de desilusão é tão imensa que foi assim que me tornei. Até tu apareceres!

Sempre otimista e crente nas pessoas, totalmente o oposto de mim, confias até que essa pessoa te dê razão para não o fazeres. Mostraste-me isso e convenceste-me a pouco e pouco. Mas acima de tudo confiei em ti, cegamente, sem quaisquer dúvidas de que estaríamos juntas para sempre. Porque foi isso em que me fizeste acreditar a cada dia que passei ao teu lado. Lutei para aceitar que era louca por ti e para revelar isso a todos os que nos rodeavam, que há muito já tinham percebido o nosso sentimento mútuo. As pessoas admiravam-nos e até certo ponto, invejavam-nos, de uma forma boa.

Demorei igualmente muito tempo a aceitar que algo estava mudar. Não queria ver algo que para mim era inimaginável, como era para ti sempre que falávamos no assunto. Falávamos sobre tudo abertamente. E deixaste de o fazer a determinada altura. Surpreendeste-me logo aí e a confiança abalou. Confrontei-te várias vezes e dei-te sempre uma nova oportunidade para mudares, porque eu confiava que tudo ia ficar bem. A confiança que tinha em ti era maior do que a confiança em mim mesma. Isto é tão verdade que, quando contei às nossas amigas que já não estávamos juntas, todas pensaram que tinha sido eu a desistir. Tu perdeste-te, deixaste-te deslumbrar pelo desconhecido e nem mesmo o amor que sentias (e que sei que ainda sentes) te fez parar. Nem os avisos, nem a desilusão que foste aumentando em mim. Um dia tudo desabou, não havia volta a dar porque a confiança acabou de vez. Apesar de toda a nossa história, aquela que introduzi aqui, não foi possível voltar atrás. A mágoa ainda existe, a dor permanece porque foste tu, a pessoa mais confiável que conheci, que me desiludiu.

Quiseste perdão, quiseste explicar-te, quiseste outra oportunidade mas não me foi possível porque a cada tentativa só me desiludias ainda mais. Ainda hoje desiludes e não te reconheço. Por ter perdido a confiança em ti, perdi para além do meu amor, a minha melhor amiga, a minha maior companheira, a minha melhor companhia, a minha pessoa, a minha maior cúmplice, o meu maior pilar… e poderia continuar.

 

Ainda te amo, morro de saudades tuas, nossas, mas sou incapaz de te olhar sequer!

E pergunto-me, como vou confiar de novo?

 

Marisa Fernandes

 

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