Suicídio: Mitos e factos (4)
O suicídio não escolhe contas bancárias.
O dinheiro, o estatuto social e a realização profissional são factores importantes que contribuem para o bem-estar das pessoas. Contudo, não é porque se é rico, ou pobre, que se tem mais ou menos vontade de morrer. A alegria de viver não é algo que se compre e a tristeza é gratuita, ao alcance de todos.
A depressão profunda que, geralmente, acompanha a vontade de morrer, pode ter várias origens e razões mas é transversal a todas as classes sociais. Apesar das hierarquias sociais, da competitividade e do tão (in)desejável poder, todos nós ficamos em pé de igualdade perante a nossa mortalidade. O desejo de morrer perfura qualquer extracto social. Despindo-nos dos sinais exteriores de riqueza ou pobreza, da educação à qual tivemos ou não acesso, restamos nós: seres humanos. Todos estamos sujeitos a sentimentos como a angústia, a perda, o medo, e outros que as palavras não descrevem.
Felizmente, para contrapor os sentimentos de dor, a alegria e a vontade de viver respondem com a mesma moeda, ao alcance de todos, vindos de dentro de nós.
Estefânia Sousa