Diria Arquimedes (Humildade – 9)
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Não somos sós, felizmente, perante o mundo – a Terra e mais além – e perante os nossos pares, a sociedade que nos enquadra, cultiva, molda e que... seria ligeirissimamente diferente se nós não existíssemos. Seria quase tudo igual, menos eu, um de nós.
Pequeníssimos perante tanta e variegada gente, e tamanho mundo, e natureza, e tudo. Capazes, no entanto, a partir dessa infinitésima pequenez de fazer a diferença, mais ou menos naturalmente. Com vontade, expetativas, trabalho, contributo.
Não é contraditório, diria, é concomitante.
Não será um objetivo, acontece.
Isso de provocarmos a diferença, fazer importar a nossa existência. Talvez até aconteça tanto mais quanto melhor nos conhecermos – as nossas fraquezas, defeitos, debilidades - e ao que nos rodeia. Quanto mais tivermos os pés bem assentes na terra, quanto mais formos humildes, respeitadores, não nos sentirmos mais do que nada ou ninguém. Nem menos, é claro.
Se tivermos humildade, teremos uma sólida, forte, base de apoio, para podermos ser ambiciosos, querermos crescer, progredir, desenvolvermo-nos, contribuir.
Sem pisar ninguém. Sem menosprezar ou desconsiderar.
Acrescentando o nosso humilde contributo.
Como diria Arquimedes, tenhamos nós um ponto de apoio (a humildade) e uma alavanca (a ambição) e levantaremos o mundo.
Jorge Saraiva