Contra a maré (Esperança – 17)
Foto: Tub – Domenico Mattei
Ter ou não esperança depende de cada pessoa, do seu momento e do estado em que se encontra. Esperança no sentido de que acredita que aquilo que deseja seja atingido com mais ou menos dose de fé. Ter esperança é crer ser possível atingir um desígnio, um objetivo, uma meta. Portanto, ter esperança parte sempre da crença emocional na possibilidade de se concretizar determinados sonhos ou de conseguir determinados fins.
Ter esperança é ter um ato de fé nos propósitos e nas intenções. É acreditar em si próprio e nos seus talentos, acomodados por uma boa dose de esforços pessoais. Ter esperança é não desanimar ao primeiro sinal de frustração de expetativas; é não atirar a toalha ao chão à menor dificuldade; é não abdicar do objetivo à primeira contrariedade. Ter esperança exige perseverança, exige convicção, exige autoestima, exige lutar por algo que se deseja. Ter esperança é ter trabalho, esforço e dedicação a uma causa. É estar cheio de emoções, sensações e energias positivas. É acreditar em si próprio, no seu trabalho, no seu esforço, na sua dedicação, na sua utopia.
Nos dias que correm, fala-se pouco da palavra esperança. Vivem-se tempos de desconfiança, no próprio e no próximo, vive-se para dentro de si próprio, fechado no seu ninho, no seu mundo. O homem não é uma ilha. Por tal, perante a insensibilidade e falta de caridade que se semeia, dever-se-ia propalar os valores da solidariedade, da amizade, da compreensão, da paz.
No combate à guerra, à fome, à miséria, à violência, quem de direito deveria usar todos os meios no sentido de dar esperança a quem daqueles males sofre. Ter esperança é ter a coragem de remar contra a maré, é ajudar sem receber nada em troca, é defender os indefesos, é fazer com que aconteça.
Ter esperança é viver e fazer viver.
Fernando Lima