O poder das softskills (Poder – 15)
Foto: Child Pied Piper – Circe Denyer
O poder exerce-se através da capacidade de influenciar os outros, convencê-los que o caminho sugerido é o que melhores resultados proporciona para o todo. Ora este pressuposto demonstra que o ciclo do poder ocorre num ambiente que envolve um grupo de pessoas, havendo abertura para a criação de equipas se estas pessoas estiverem misturadas. É também mérito dos liderados conscientes, ao obedecerem aos seus instintos, que assim permitem libertar-se para outras funções mais produtivas.
O fator que equilibra o todo e a soma das partes é a liderança, pois esta articula as partes tornando-as, pelo menos, iguais ao todo. Esta é a equação fundamental da liderança num contexto e dimensão organizacional entendido como um conjunto de pessoas; a sua perceção e domínio prático permitem a todo o momento maximizar os resultados que se podem obter gerando sinergias positivas.
As redes sociais e/ou profissionais que congregam diferentes sensibilidade vincam melhor o papel de um líder sem título, chamado a perceber a dinâmica e o contexto motivacional, bem como o rumo que o veículo pode atingir. Até porque o líder é um bom artista, articulador das pessoas, suas ideias e objetivos organizacionais. O conhecimento profundo da orientação estratégica da organização mobiliza-o a ser um espetador atento às qualidades de cada elemento, de onde retira os requisitos e competências necessárias a um bom e efetivo desempenho, através dos instrumentos da comunicação, motivação e coaching.
O líder é didata e autodidata, sabe ouvir os outros, é entusiasta, sonhador, gosta de aprender por isso não tem medo de errar. É um dialético dissimulado, porém bastante oportunista e com sentido de orientação esclarecido. Aliado a isso possui um apurado sentido de grupo, coesão e solidariedade que o tornam altruista, eis a desnatação de um líder natural que sabe sacrificar interesses individuais em prol do coletivo, no prolongamento desta profecia augura a prevalência e vitalidade da sustentabilidade, dispensando o lucro imediato, qual ilusão no tempo e espaço.
A sustentabilidade tem um horizonte intemporal e um alcance de longo prazo, sendo percecionada pelos outros e beneficiando a todos, pois o líder trabalha uma marca atuando sobretudo nas linhas orientadoras e ideológicas. O papel do líder é executivo mas também pensador da organização, daí que a sua contribuição na organização ultrapassa o tempo efetivo de permanência nela. Isso torna o objetivo da sustentabilidade num interesse e propósito impessoal; é na verdade um efeito maio, impactando na criação de valor. O modelo tripé da sustentabilidade que assenta nos pilares transversais people, profit and planet (3 p) elucida eloquentemente esse conceito.
O impacto da liderança é aquilatado pelo sucesso de toda a organização, da micro à macro estrutura, mas também o sucesso da liderança é percecionado pela satisfação dos clientes internos. A liderança distingue-se das outras formas de direção porque ela é a extensão dos valores éticos e morais, conformada por um conjunto de valores e princípios que catalizam a criação de valor no processo de transformação da matéria em substância.
António Sendi