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Mil Razões...

O quotidiano e a nossa saúde emocional e mental.

O quotidiano e a nossa saúde emocional e mental.

11
Mar15

Carta aberta ao meu tatuador (Profissão - 11)

Publicado por Mil Razões...

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Caro Miguel:

 

Ficará surpreendido com esta minha missiva, mas preciso de dizer-lhe algo muito importante.

Quando nos conhecemos, o que viu de mim era ainda resultado de um processo muito duro pelo qual eu tinha passado – e sobrevivido, sim, mas a um custo muito elevado. Nunca me pude considerar uma azarada, dado que continuo viva e, agora, de boa saúde. No entanto, quem esperou ver-me saltar de alegria com todas estas evidências, ficaria muito desiludido se soubesse a meia pessoa que passei a ser desde então.

Sabe que tenho quase seis décadas de vida. Talvez as pessoas achem que já não devia gostar assim tanto da minha imagem ou do meu corpo; talvez haja até quem passe por isto e nunca sinta o que eu sinto, talvez. Mas, para mim, perder as duas mamas, foi algo devastador. Até àquela altura, sempre gostei de vestidos maravilhosos, de ir à praia e usar bonitos fatos de banho (enfim, podia dedicar várias linhas de texto a todas as coisas que eu fazia antes de e que me faziam sentir bonita), tinha vaidade em mim. Depois daquele cancro, depois dos tratamentos, das intervenções, de todos os procedimentos e emoções que constituíram aquele processo macabro, senti repulsa por mim própria, incapaz de me olhar no espelho. Incapaz de me despir à frente de alguém – bom, à exceção dos médicos que me seguem. Incapaz de fazer amor. Incapaz de me sentir capaz e mulher. Realmente Mulher.

“Mas o médico salvou-te a vida”, dizem-me muitos. Completamente verdade. Devo muito àquele serviço hospitalar e a todas as pessoas que há anos me tratam, cuidam, examinam, com um profundo respeito, dignidade e humanidade. Nestes oito anos, a minha gratidão por todos eles tem aumentado e é de facto incondicional. Sei que me vão salvando a vida, ano após ano, mas não tenho vivido feliz. Nunca mais fui plena. Sobrevivo porque continua a ser muito mais o que tenho a ganhar, do que a perder. Não sou ingrata nem cega a tanto de bom que ainda tenho, mas não tenho sido feliz na minha essência. Ninguém é feliz pela metade. Claro que o facto do meu marido se ter ido embora, impediu as pessoas mais próximas de me fazerem muitas perguntas. Parecia-lhes razão suficiente para que eu tivesse sempre alguma tristeza no olhar. Não estavam enganados, apenas desconheciam outras janelas da minha alma.

Quando o conheci, Miguel, acompanhando a minha filha mais nova na sua primeira tatuagem, não imaginava vir a fazê-lo. Sei que hoje em dia é muito comum ver pessoas tatuadas, não tenho qualquer tipo de preconceito a esse respeito mas simplesmente nunca havia contemplado essa possibilidade para mim própria. Curiosamente, pude perceber que ainda há um certo estigma quando finalmente decidi fazê-lo. “Com a tua idade, Constança, sinceramente? Mas ficaste maluquinha, foi? Só falta meteres-te também na droga e no álcool!”. Pouca gente entendeu e, para ser sincera, até eu cheguei a duvidar. Mas, no dia em que tatuou a minha filha e tive a sorte de conhecer aquela rapariga lindíssima (que foi tatuar uma cicatriz tremenda, resultante de um acidente terrível), fiquei impressionada com o que vi antes e depois. Aquele momento, aquele encontro, nunca mais me saiu da cabeça. Alguns dias depois, e pela primeira vez em muitos anos, senti coragem para realmente ver as minhas próprias cicatrizes. Toquei-lhes, senti-lhes a textura, olhei-me no espelho. Ouvi o grito da minha alma, calado e contido há tanto tempo. Chorei durante muitas horas. Gritei a raiva, a revolta, a dor, sem filtros e sem cronómetro. E decidi tatuar-me. Foi o presente que ofereci a mim mesma no meu 58.º aniversário.

Nunca pensei mostrar as minhas cicatrizes a alguém fora do contexto clínico. Nunca pensei que alguém lhes tocasse e, ainda assim, me devolvesse sorrisos genuínos e toda a simpatia do mundo. Ao longo das várias sessões resisti sempre a olhar – fiquei alérgica às metades de tudo, me parece. Depois do maravilhoso desenho que criou para mim, guardei essa imagem na minha cabeça e decidi simplesmente confiar em si. Cada picadela foi arrancando de mim tudo aquilo que já não me fazia falta: a dor, a perda, as memórias mais cinzentas. Viajei dentro de mim própria, sem precisar de pousar os olhos em nada externo a mim, em todas as sessões.

Perdoe-me ter saído a correr como uma tolinha, no dia em que acabámos esta obra de arte, mas o impacto que o resultado final teve em mim, estava para lá de qualquer expetativa. Não consegui fazer mais do que dar-lhe aquele abraço apertado e chorar como uma menina. O que lhe disse na altura, Miguel, ficou muito aquém do que verdadeiramente significou para mim: esta tatuagem mudou a minha vida.

Hoje fui à praia. Com cautela, bem sei que ainda é recente, mas já não podia resistir mais. Neste lindo dia de Verão, ao cair da tarde, estreei um fato de banho em quase uma década. Muita gente olhou para mim, curiosa pelo que podia ver das minhas flores. Entrei no mar, debaixo do sol, sem quaisquer complexos, no meio de tanta gente. Pela primeira vez nada me incomodou. Estava em paz, feliz, serena.

Quando voltei à oncologia, no mês passado, levava um vestido lindíssimo e um enorme sorriso na cara. Comentou o médico: “Está diferente… Mudou o corte de cabelo, a cor, talvez? Perdoe-me, não sou muito bom com estes pormenores de senhoras, mas há, definitivamente, algo de muito diferente em si.” Respondi-lhe que tinha renascido por ter voltado a achar-me bela, sobretudo por acreditar que nunca mais na vida voltaria a sentir-me assim. Ia caindo da cadeira quando viu a minha dupla tatuagem, mas rapidamente se recompôs e acabou surpreendido pelos detalhes, pela cor, pela beleza daquele trabalho. Este maravilhoso médico salvou o meu corpo, livrou-o daquela doença maldita. O Miguel salvou a minha alma. Estou-lhe profundamente grata por ter-me devolvido a autoestima, a vontade de viver em pleno, o amor-próprio. Sinto-me poderosa e bonita.

Obrigada, Miguel. Foi a coisa mais sublime que alguém já fez por mim.

 

Alexandra Vaz

 

09
Mar15

E se eu fosse milionário? (Profissão – 10)

Publicado por Mil Razões...

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O que faria na vida se fosse um milionário? Que trabalho faria?

São as perguntas que coloco àquelas pessoas que vão ao meu consultório e estão, ou desempregadas, ou num trabalho que abominam. E o que mais me espanta é que a maior parte não sabe responder. Ou seja, não sabem o que realmente gostam ou qual é o seu talento. Logo, aceitam qualquer trabalho. Portanto, é mais difícil sentirem realização profissional.

Incentivo sempre as pessoas a encontrarem a resposta a estas perguntas, pois é a resposta que vai servir de farol ao contentamento no trabalho, ou até mesmo a encontrar o trabalho ideal. Posso ser otimista, mas a minha experiência diz-me que se nos orientarmos por aquilo que gostamos de fazer, então acabaremos por encontrar a profissão mais adequada àquilo que somos. Então, deixa de ser um trabalho para passar a ser algo que ainda não tem designação. Porque é possível fazer aquilo que amamos. E o contrário também: é possível aprender a amar aquilo que já fazemos. E quando assim é, então tudo é mais fácil – sorrimos mais, não sentimos que estamos a ser sacrificados, ajudamos mais e somos ajudados; tudo flui.

Trabalhar é partilhar algo de nós para o mundo. Se o fizermos com alegria, então podemos ter a absoluta certeza que seremos recompensados!

 

Sara Almeida

 

06
Mar15

A arte em cada um de nós (Profissão – 9)

Publicado por Mil Razões...

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Boa noite, vejo-te cansado, esgotado até… as tuas mãos trazem marcas de um trabalho pesado… o teu uniforme sujo e gasto perde para ti, pois o teu eu consegue ainda sentir-se mais gasto. Quatro estações repetidas infinitamente até à exaustão, durante as quais algo ou alguém fez-te esquecer que vales muito mais do que apenas a espera pelo final do dia… um final que dará início ao final de amanhã... mas ainda vejo aí dentro muito do que eras… muito do que te fará lutar por um novo início… um merecido início onde serás rodeado das palavras “Justiça”, “Mérito”, “Valor”, “Acreditar”, “Vencer”.

Quanto a ti… para onde viajou o sorriso que outrora te iluminava… naquele tempo de estudos, de aspirações e de planos futuros? Sob as tuas quarenta primaveras, sob o teu uniforme cinzento, igual a outros tantos, sei que ainda moram a determinação e o sonho por agora adormecidos. Não te sentes viva, sentes-te como uma máquina em plena linha de produção… rotinas repetitivas, sem espaço a opinião… sem lugar a sonhar ou a mostrar a quão valiosa artista poderias ser… se ao menos te deixassem viver.

Sim, utilizei a palavra artista… o que chamar ao fruto do nosso suor, senão uma forma de arte. Sei que não cantas, nem sequer me acompanhas numa dança… e tu, sei que os únicos quadros que pintas são as fachadas das casas que constróis… mas serão as telas em branco que utilizam para executar a vossa obra, menos valiosas que a tela de um qualquer pintor? Certamente que não, pois toda a forma de arte começa para todos de forma igual… uma folha em branco, uma tela despida, uma ideia ainda inexistente.

O homem da gestão, a doce professora que ensina, o senhor conhecido por consertar todo o tipo de calçado, o experiente eletricista… alguns pintam, outros tantos cantam, mas todos sem exceção encantam, pois todos somos artistas… todos produzimos arte.

Não deixem de acreditar no vosso poder de criação… não deixem que tratem o resultado do vosso trabalho como uma arte menor… não deixem que vos tratem de outra forma que não como artistas. Sonhem, lutem, sejam incansáveis, sejam o maior artista que alguma vez conheceram… valorizem-se e façam-se valorizar… e se procuram novas formas para expressarem o vosso valor, não se deixem vencer pelo arrastar dos dias… se já contam muitas primaveras, muitas mais terão ainda para contar… ainda é cedo para pensar que é tarde.

Encontrem a Arte que existe em cada um de vós.

 

P. Melo

 

04
Mar15

Somos sempre mais (Profissão – 8)

Publicado por Mil Razões...

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À medida que vamos crescendo, a vida, mais pequeno incidente ou menos leve angústia, é fácil. Apesar das dificuldades, enquanto somos novos e sabemos o que faremos amanhã, a vida é fácil. Enquanto caminhamos sobre o apoio que nos diz o que somos e fazemos, é fácil. Escola, escola, escola, universidade talvez – mas, e depois? Há quem tenha claramente planeado a jornada que para si deseja, e há, também, quem se sinta perdido. Perdido, porquê? Porque não sendo estudante nem trabalhador, não desfrutando de sonhos nem lutando por eles, carece de amparo perante os ventos que o abalam. Mas não sendo isto nem aquilo, somos sempre mais.

Assim, quem trabalha tem, por outro lado, a tendência a criar com a sua profissão uma relação quase simbiótica. Consequentemente, sem o trabalho perder-se-ia a si mesmo. Sem dúvida que as exigências e a competitividade do mercado de trabalho, hoje em dia, gritam e arranham para que trabalhemos sempre mais e mais, sussurando camufladamente para que nos esqueçamos de nós próprios. Sem dúvida também que, por muito que o que fazemos nos comece a causar dor, queremos, acima de tudo, a oportunidade de continuar a fazê-lo e de extrair, do dia-a-dia cansativo, os possíveis e indispensáveis benefícios. Mas há que pensar que é para viver que vivemos e que enquanto uma profissão é uma profissão apenas, cada um de nós é bem mais do que isso.

Torna-se difícil não estudar nem trabalhar e não ter, assim, uma rotina que segure o dia-a-dia e que nos iluda de que somos o que fazemos. Contudo, aos poucos, vamo-nos apercebendo das capacidades do nosso ser e das potencialidades do que há de mais singular no nosso caráter. Então começa a haver algo mais – mais um apoio, mais uma pedra onde agarrar a mão que escorrega. Ora, mesmo quem imerge demasiado no trabalho e não procura estes outros apoios no mundo, precisa, por vezes, de um escape, de um outro ar, puro e verdadeiro – e então custa a encontrá-lo. Mas existe.

Definimo-nos pela profissão que temos; dispensamos procurar-nos mais para além. Imergimos mais e mais, pois a cada mês, a cada ano, somos mais aquilo que outra coisa. Mas cansa. Não vemos outra opção que não um esforço exponencialmente crescente, mas cansa. E se por ter profissão estamos a salvo da vida e dela nos isolamos, a vida não nos salvará da profissão quando para além dela não nos soubermos já reconhecer. Todavia, estamos cá, e seremos sempre mais que o que fazemos.

 

Isabel Pinto

 

02
Mar15

Moeda de duas faces (Profissão – 7)

Publicado por Mil Razões...

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Assim de repente, talvez facilitando ou simplificando, podemos considerar o domínio do fogo como o princípio desta história. Vem a propósito de o Homem ter passado a lidar com um objetivo de vida, anseios, sonhos e não apenas passar por aqui lutando pela sobrevivência.

Foi assim que pudemos passar a fazer outras coisas além de recolher o que havia ou passava à nossa frente para nos alimentarmos; foi assim que passámos a poder estabilizar num território e potenciar o que a terra dava através do que veio a ser a agricultura; foi assim que começámos a adaptar objetos, a construir ferramentas, para essa agricultura e para que a caça e a pesca fossem mais eficazes e produtivas, a criar condições e meios para levar a nossa produção excedente de uns locais para outros, por terra e mar ou rio, muitíssimo mais tarde, até pelo ar.

Bom, está mesmo a ver-se onde isto levou. Começámos a saber fazer coisas, a criar valor. Não teria sido assim tão de repente, mas a certo ponto começou a haver especializações - uns caçávamos, outros cultivávamos a terra, outros pescávamos; começou a haver produção a mais aqui que seria valorizada além, se a conseguíssemos levar até lá. Então o melhor era trocar o que eu tinha a mais pelo que outros queriam e não tinham. Bom, bom mesmo, era não nos limitarmos à troca direta, mas ter algo que servisse de medida e acumulação de valor para fazer trocas indiretas no modo e no tempo. Podíamos acumular valor, riqueza. Chamemos-lhe moeda - são precisas etiquetas para tudo. Aliás, tal faz parte da chamada especialização. Fomos sendo cada vez mais especialistas nas competências de ocupação que temos, à qual chamamos profissão.

Evolução maravilhosa, extraordinária, singular, em qualquer ser vivo! Lembram-se? Assim podemos ter sonhos, anseios de vida!

No entanto a moeda, sim essa moeda, diz a sabedoria popular, tem sempre duas faces.

O profissional é o que tem competência - saber fazer, mas profissional também pode ser o que chamamos àquele ser frio, pouco ético, um concorrente devastador e desleal.

O profissional com competências e regras adquiridas em tenra idade que proporcionavam um modo de vida, sucedendo muitas vezes ao progenitor no mester, tinha a sua vida solucionada até ao fim. Agora as profissões, a minha especialização atual, pode ser-me inútil, sem valor, num futuro próximo.

Na cara da moeda chamada profissão temos o profissional ético, na coroa o profissional mercenário. A profissão também pode ser uma forma de exercer cidadania, de servir a sociedade.

E quando não podemos ou conseguimos exercer a nossa profissão, uma profissão, o que somos? E podemos ter anseios, sonhar?

 

Jorge Saraiva

 

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