Refletindo a Liberdade (Liberdade – 11)
Liberdade? Ah, tão nobre conceito! Qual liberdade? A que aspiramos ou a que nos aspiram? Liberdade é um mito. Uma ilusão que nos faz correr atrás. O mais livre que concebo é o chamado desapego. Tão na moda! Deve ser coisa dos Universos! Mais parecido com liberdade só conheço as escolhas de não ter preso a mim o que me faz mal. E o preço a pagar por essa liberdade são os olhares incompreensíveis dos outros, que se apeguem a isso tudo. Pois fiquem com os vossos apegos. Adoro desapegar-me, porque me faz sentir livre, mas sei que totalmente livre jamais serei. É o jogo da consequência. Queres liberdade? Tudo bem! Pega lá! Para logo depois ver que essa liberdade nunca é incondicional. É puramente ilusória. Que seja! Pelo menos tento sempre chegar mais longe no espetro da Liberdade. E, sinceramente, não há nada mais libertador que deixar cair o peso dos ombros, muitas vezes camuflados em medos, outras tantas em responsabilidades, culpas, ou até em conceitos convencionais de Ser. Liberdade também é quebrar com tudo isso e ousar. Mas ousar em nós próprios! Virados para dentro! Não só gritar para fora pedidos gastos de Liberdade.
Estás pronto para a Liberdade? Estás pronto para abdicar? Ah, é verdade! Abdicar… Não, deixa estar! Fica para depois a Liberdade!
Estás pronto para mudar de direção? Pronto para deixar cair a máscara a que te apegas tão vincadamente? Pronto para seres verdadeiramente o que anseias ser? Ou preferes o conforto desconfortável do conhecido? Queres ser Livre? Então o que te prende?
Cecília Pinto