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Mil Razões...

O quotidiano e a nossa saúde emocional e mental.

O quotidiano e a nossa saúde emocional e mental.

30
Out12

Alas para o sonho! (Sonhos – 9)

Publicado por Mil Razões...

 

Há perguntas que, volta e meia, nos colocamos sem conseguirmos obter uma resposta satisfatória. Porque sonhamos? Qual é o significado dos sonhos e qual a sua função?

 

Parece haver várias teorias para explicar o porquê de sonharmos. Freud apresentava o sonho como um guia para chegar ao inconsciente. O sonho representaria uma forma de o indivíduo realizar um desejo real inconsciente, conteúdo latente, que por ser censurado pelo consciente, pela moral e pelas regras sociais aprendidas e incorporadas, teria de se tornar consciente de uma forma disfarçada, conteúdo manifesto. Quando devidamente analisado seria possível chegar ao conteúdo latente.

Freud apresentava alguns símbolos oníricos para o conteúdo manifesto e o seu verdadeiro significado no conteúdo latente. Por exemplo, sonhar com maças ou pêssegos representaria seios, subir escadas ou passar uma ponte significaria relações sexuais. “Tudo” se relacionava, basicamente, com sexo.

 

Atualmente essa teoria está um pouco colocada de parte. Os sonhos parecem refletir as vivências, as preocupações e o próprio ambiente que nos rodeia. Dement & Wolpert, 1958, demonstraram isso mesmo. Numa experiência com dois grupos, quando durante o sono um dos grupos era borrifado com água, esses sujeitos relatavam mais sonhos que envolviam água enquanto que o outro grupo não.

 

Para tornar tudo isto ainda mais interessante, temos outras teorias como a da aprendizagem invertida, a teoria dos sonhos com valor de sobrevivência e a teoria da ativação de síntese.

Na teoria da aprendizagem invertida os sonhos, segundo Crick e Mitchison, 1995, não representam nada, servem sim para filtrar a informação útil acumulada durante o dia e eliminar a desnecessária.

Na teoria dos sonhos com valor de sobrevivência o sonho tem a função de processar e fixar a informação do dia durante o sono, isto é, o cérebro estaria a funcionar, a aprender durante as 24 horas. Aqui os sonhos traduzem as preocupações pessoais diárias e anseios. O sono e o sonho solidificam memórias e aprendizagens.

A teoria da ativação de síntese de Hobson refere que o sonho, decorrente da ativação energética cerebral, agrupa as várias memórias, preenche as lacunas existentes e dá-lhes um sentido inteligível, criando, através do sonho, uma sequência histórica congruente.

 

Estes sonhos ocorrem durante o sono e não temos controlo sobre eles. E que tal se dedicarmos mais tempo ao sonho acordado. Sonhos sem sono! Dissociamo-nos da realidade, por alguns minutos, e “fantasiamos”, e conseguimos aquilo que tanto ansiamos, e visualizamo-nos a ser outro tipo de pessoa, a falar de forma diferente, e acreditem, podemos, de facto influenciar o nosso comportamento e a nossa atitude futura com esta mistura de sonhos acordados e visualização mental. Só é necessário motivação, vontade e cor, e conseguimos!

Alas para o sonho!

 

Ana Teixeira

26
Out12

O sonho acordado e o outro (Sonhos – 8)

Publicado por Mil Razões...

 

Desde miúdo que ouço a expressão “sonhar acordado”. Confesso que em muitos momentos escolares este estado era prazenteiro, apetecível, e surgia invariavelmente em inversa proporção ao estímulo provocado pela matéria em estudo. Ao sonhar acordado o tempo fluía descompassadamente do relógio e a realidade abatia sob a capa da imaginação.

Mais tarde percebi que a existência do sonho acordado não se devia unicamente à matemática, ou a qualquer outra disciplina chata. Era algo nosso. Humano. Percebi igualmente que a outrora desejada fuga ao real tinha de ser objeto de recusa por se mostrar inadequada à situação. Como pessoa grande que já era devia prezar a atenção e a concentração, e agora, sem a ajuda de um berro ou de uma régua à mão de semear.

Muito mais tarde aprendi a controlar o sonho acordado. Este já não estava tão liberto do tempo como dantes, e eu, por vezes de forma mais ou menos difícil, dominava a sua duração. Estes pequenos “episódios” serviam frequentemente para dar cor e vida a pensamentos que não deveriam caber em palavras exprimidas. O sonhar acordado passou da dependência das matérias chatas e aborrecidas para se alimentar de pessoas e situações igualmente chatas e aborrecidas.

Hoje em dia não me apetece sonhar o sonho acordado. Hoje em dia o meu sonho acordado é um sonho coletivo e eu não gosto particularmente de sonhar o que os outros sonham. Neste momento quase toda a gente que conheço sonha com a melhoria da qualidade de vida penosamente perdida, logo, com o euromilhões. E eu não quero sonhar acordado com o euromilhões. Principalmente porque quase só sonhando se consegue compreender a probabilidade estatística de ser um dos premiados. Para vos dizer a verdade, por estes dias faço o esforço para não sonhar o sonho acordado. Eu sei, eu sei… “O homem sonha e a obra nasce” e coisas assim do género, mas tenham paciência, existem momentos na vida em que a realidade é o que nos permite avançar…

Muito recentemente fui confrontado com dois tristes episódios. Daqueles que abalam as estruturas da vida quotidiana, por vezes monótona, mas quase sempre estável. Em momentos semelhantes, digo-vos, optem pelo pragmatismo e pela realidade. Deixem lá de parte o sonho acordado e temam o “sonho dormido” pois este pode trazer o dissabor do pesadelo, filho das construções imagéticas de um cérebro desperto e atormentado. Contudo, resta-nos um conforto. Se surgir a desilusão do sonho não concretizado na realidade objetiva, pelo menos essa será sempre da nossa responsabilidade.

 

Rui Duarte


23
Out12

A volatilidade da matéria (Sonhos – 7)

Publicado por Mil Razões...

 

Dizia Shakespeare que “somos feitos da mesma matéria que os sonhos”. Isso significa exatamente o quê? Que vivemos à escala dos nossos sonhos? Que sonhamos na exata medida em que existimos? Significa o quê? É a matéria que nos permite sonhar? Ou é o sonho que nos permite mover? Vagueamos em que limbo: cá ou lá? E se cá for lá e lá for, afinal, cá? Dizem-me: “vive ou sonha”. Porquê “ou” e não “e”? Porque tenho de separar o indissociável? Quem agrilhoa o quê em mim? Quem me liberta da dor e me dá ganas de voar? Nas asas do infinito estrelado da minha imaginação, viajo nos meus sonhos. Gosto tanto deles, até mesmo nos dias em que a melancolia não me permite vesti-los de cores garridas. Se tivesse voto na matéria, escolhia ser, a tempo inteiro, matéria dos sonhos. Só e apenas.

 

Alexandra Vaz

19
Out12

Sonhos fracassados (Sonhos – 6)

Publicado por Mil Razões...

 

A falha é sempre encarada, na nossa sociedade, como algo a evitar e como uma tragédia. O projeto falhou, o sonho falhou. Que desgraça! O que vai ser da minha vida? Provavelmente vai ser outra coisa qualquer. Ou ainda melhor! Esta tendência de negar o erro, esta obsessão em evitar o erro, em aclamar apenas a excelência, faz-nos sentir a toda a hora uns fracassados! Uns fracassados na vida! Como se não fosse o erro que levasse à excelência! Quem nunca errou, nunca experimentou, nunca viveu! Esse sim, desfez o sonho da vida! Sonhar é essencial, como também é fracassar! Falhar num projeto, numa ideia, numa relação, não faz de nós fracassados. Faz de nós vividos. O erro é essencial à aprendizagem de qualquer matéria, quanto mais à aprendizagem da vida! Arriscar na busca dos nossos sonhos, é sim viver! E nesse risco, está comtemplada a falha. Faz parte! Falhar não faz de nós fracassados. Insistir em não aprender com a falha, aí talvez já nos faça!

Sonhei um sonho e ele não aconteceu. Ou aconteceu ao contrário. Ou seguiu por caminhos que não esperava. E o que aconteceu ao sonho? Inevitavelmente transformou-se noutro sonho. Essa é a função dele. Segui-lo, encontrar novos caminhos, optar por novos caminhos, desafiar novos caminhos, ousar novos caminhos. Essa é a função estruturadora do sonho. O sonho culmina sempre numa realidade. Por vezes, surpreende-nos de uma forma positiva. Outras vezes, desilude-nos. E o que fazemos então, em cada uma das opções? Ficamos por ali?! Pode haver quem! Mas a tendência natural, é seguir como qualquer ciclo, como qualquer etapa. É seguir, sonhando. Sonhando novo, evitando caminhos conhecidos, que a falha nos permitiu conhecer. Sonhar e falhar não se limitam, promovem-se. Cabe a nós perceber onde queremos chegar, quando falhamos e quando sonhamos. Se pretendemos seguir caminho. Ou ficarmos presos ao que foi. Eu acredito que, inevitavelmente, continuaremos a sonhar. Até podem ser sonhos irrealistas. Mesmo que a falha tenha sido dolorosa demais. Porém, no tempo e com o tempo, o sonho insistirá. Irrealistas ou não, serão eles que nos manterão presos à vida e acenderão a chama da esperança.

 

Cecília Pinto

16
Out12

O sonho comanda a vida? (Sonhos – 5)

Publicado por Mil Razões...


Quem é que disse que o sonho comanda a vida? A vida é que comanda o sonho! Sonhamos na mediada da nossa vida. Doutra forma o sonho seria uma perfeita inutilidade. Ou então é uma questão de fé. E nada contra a fé. Todos temos, cada um ao seu jeito, uma particular forma de crença. Cremos sempre, pelo menos em determinados momentos, que a vida nos irá sorrir um dia, que o cosmos se vai alinhar, seja lá de que forma for, para nos oferecer o céu na terra. O pior é que a crença está muito ligada à distração, ou então à insatisfação, ou ainda a patamares de exigência difíceis de alcançar. Doutra forma perceberíamos que tocamos muitas vezes nesse céu ao longo da vida.

A culpa vem donde? Do sonho, claro. Dessa coisa nebulosa que dizem que comanda a vida. Aprendemos a sonhar na infância, a fantasiar, a idealizar cenários de felicidade, a percebermos a vida adulta como um lugar em que todos os sonhos se concretizam. E depois vai-se a ver, nem sabemos ao certo que sonhos tivemos nem quais os que já se concretizaram. E o pior é que concretizámos a maioria deles e nem nos apercebemos disso, até porque, de grosso modo, procuramos alcançar sempre a felicidade (o sonho mais infantil de todos) e nem nos preocupamos muito com a sua definição.

Por outro lado, sonhar é viver. É viver num mundo paralelo. O sonho é como uma linha que se vai desenhando ao lado da linha da vida real. Estas duas linhas ora se afastam ora se aproximam ora, por sorte ou por feliz alinhamento do cosmos, se tocam. Ou então por atenção e satisfação.

A diferença entre o sonho e a crença é que o primeiro não se apoia em quaisquer dados reais. É fruto da imaginação livre e desprendida de bases terrenas. A crença, por seu lado e por mais estranho que isto possa soar, é material, porque encerra o declarado desejo de concretização em tempo e lugar.

O sonho depende da vontade externa. A crença da interna, da mobilização das capacidades conscientes para concretizar determinado objetivo. Crer que algo vai acontecer é estar perto do acontecimento. A crença é o verdadeiro motor da esperança, e esta é o derradeiro patamar antes da materialização do sonho: sonhar, acreditar, esperançar, mobilizar e concretizar.

"Deus quer, o Homem sonha, a obra nasce": Fernando Pessoa sempre soube dizer em poucas palavras o que dá muito trabalho. Para a obra nascer é preciso muita sorte, o que também dá muito trabalho.

Mas no fundo isto acaba por ser uma pescadinha de rabo na boca, na medida em que até o sonho se vai baseando nas concretizações: "se cheguei até aqui, posso agora tentar chegar até ali". "Se juntei este pecúlio, posso agora tentar juntar mais outro tanto". E por aí adiante.

O que quer dizer que vamos concretizando sonhos e, quase de seguida, substituímo-los por outros, o que torna a tarefa de sonhar numa dança de cadeiras. E esta dança só serve para preencher o espaço entre o nascimento e a morte. Sim, porque vamos todos para o mesmo e aí os sonhos serão mais sobre o passado do que sobre o futuro.

O sonho comanda a vida, sim: se é verdade que a vida condiciona o sonho, não é menos verdade que o sonho descondiciona a vida.

 

Joel Cunha

12
Out12

Do “grande” para o “apenas” (Sonhos – 4)

Publicado por Mil Razões...

 

Sonhos…

É assim que fico quando penso em sonhos… Fico a divagar, pensado o que poderia fazer e não faço… Pensado no que queria fazer e já fiz. O que sentirei depois de sonhar e tornar esses sonhos realidade…

É nesse estado que me encontro… A divagar…

Depois de tantos anos a sonhar com algo, ou “algos”, isso foi tudo alcançado. E agora?

De que me valeram esses sonhos se os consegui alcançar? Valem-me o medo de os perder, de os materializar e deixarem de ser apenas isso, sonhos.

Quando eram os grandes sonhos de uma vida, eram lindos, enormes, grandes objetivos de vida que me guiavam e davam forças para acordar todos os dias, com a felicidade de caminhar em direção a um lugar: os sonhos.

Agora depois de alcançados, depois de deixarem de estar apenas em pensamentos, deixaram de ser grandes e passaram a ser apenas sonhos alcançados.

Pior! Passaram a ser sonhos alcançados que afinal tinham mais sabor quando imaginados... A felicidade de os ter tido ainda existe, mas coexiste o receio de não saber sonhar novamente, pois todos os pensamentos estão aqui, na minha mão e já não na minha cabeça.

Utilizando um início de frase muito conhecido entre os católicos, “bem-aventurados os que” sonham e vivem a sua vida felizes apenas por sonhar.

O que fazer depois de concretizar tudo o que sempre desejei?

Sonhar, continuar a sonhar para continuar a ter a mente ativa e pronta para a mudança.

Ah! E tentar ver os sonhos concretizados como isso mesmo, como algo muito importante e grande, embora esteja “à mão de semear”.

 

Sónia Abrantes

09
Out12

Sonho, esse mediador (Sonhos – 3)

Publicado por Mil Razões...

 

Se vivo a vida conforme a entendo, sem ligar ao que os outros pensam ou dizem? Claro que sim!

A resposta é rápida, fica bem por ser convencional, mas é mentirosa. Na verdade, dia a dia, a minha vida é maltratada. Imponho-lhe orientações concordatas com o senso comum. Ainda que a resposta verdadeira seja: Claro que não! A minha vida é condicionada por tudo e por todos, limito-me à resposta convencional e, outra que não esta, só é possível se complementada com uma explicação que convença de que não sou uma Maria-vai-com-as-outras. Levanto-lhe barreiras. Barreiras que me impedem de atravessar zonas desconhecidas, protegendo-me do medo de viver novas experiências. Crio-lhe expetativas. Expetativas que me angustiam se são defraudadas, ou exaltando-me se são superadas. E os maus tratos continuam com  medos e receios, falta de vontade ou má vontade, e tantos e muitos outros males.

 

Sonhar é dar à minha vida a qualidade que lhe vou roubando.

 

Se o que tenho não é suficiente, ou não é bom, construo em sonhos um fato à medida das minhas necessidades. Nunca nos meus sonhos me faltou a coragem para dizer o que realmente quero e penso. Nunca aí deixei de ser ambiciosa, desmesuradamente ambiciosa. Paro no ponto em que a imaginação já não alcança mais, mas, ainda assim, muito para lá do que me permito na realidade. Em sonhos, vivo em liberdade, a minha liberdade, que acolho sem condicionalismos e com carinho.

O sonho funciona como um mediador que me ajuda a viver calma e tranquilamente,  tranquilidade de quem sabe que tudo é possível nem que mais não seja, em sonhos.

 

Cidália Carvalho

05
Out12

Sonhos para a sobremesa (Sonhos – 2)

Publicado por Mil Razões...

 

Não tenho nada aqui à mão de que me possa socorrer para fundamentar a hipótese, mas penso que não me engano ao afirmar que o Homem é o único ser vivo que tem sonhos. Muitos homens e mulheres alimentam a sua vida de sonhos.

Situemo-nos - estou a referir-me a sonhar acordado, a devaneios, olhar para dentro. Quanto aos sonhos, e pesadelos, propriamente ditos, ficarão para outros teclados.

Mal de nós se não sonhássemos, se não tivéssemos esperanças para nós, para os outros e para nós com os outros. Acho que mesmo nos sonhos somos também animais gregários.  

Em certo sentido, ainda, mal de nós se não soubermos avaliar um sonho. Não será através de uma absoluta e redutora racionalização do sonho, mas tal será feito se tivermos a cabeça no ar, mantendo, no entanto, os pés assentes na terra.

Se soubermos por nós próprios ou recorrendo a ajuda de outros como que passar o sonho através de um crivo mínimo de realismo ou pragmatismo, fazemos com que a bola de sabão brilhante e multicores, sim, mas ainda nebulosa e indefinida, rebente logo ali ou passe o teste, resista, se defina melhor através de um esqueleto e de músculo. O brilho mantém-se, não ofusca, antes ilumina e irradia, dando-nos força para, por vezes através de ventos e marés, atingirmos novos patamares, conquistando objetivos. Ficando prontos para novos sonhos ou darmos atenção a outros sonhos que esperavam melhor hora.

Será disto que se trata quando falamos na busca da felicidade?

Talvez a felicidade, enquanto estado em continuidade, pura e simplesmente não exista, existindo antes momentos felizes. Há quem diga até que felizes, cheios em plenitude, ficamos nos momentos imediatamente anteriores à concretização do sonho… Depois, acho que perguntamos: E agora? Respiramos fundo e partimos para o sonho seguinte!

 

Mudando de assunto e continuando no vocábulo, termino confessando que uma das minhas grandes desilusões, que se me mantém viva na memória, apesar de já ter acontecido há tantos anos, foi a de ter ido a um afamado restaurante em Viseu, ter antecipado antes e durante a refeição que bem que me ia saber a sobremesa e quando a peço ouço a resposta:

- Desculpe, mas os sonhos já acabaram!

 

Jorge Saraiva (articulista convidado)


02
Out12

Sonhamos de dia e de noite (Sonhos – 1)

Publicado por Mil Razões...

 

Dizem que a melhor coisa no mundo são os sonhos.

Passamos a vida inteira sonhando, talvez seja o que mais fazemos nesta passagem por aqui.

Quando estamos acordados, diante de uma realidade, muitas vezes dura, o que nos salva são os sonhos, a possibilidade de pensar que ali na frente alguma coisa boa vai se realizar e mudar nossa vida. Sonhamos com casas, com amores, com dias de sol, com as férias, com um pedaço de um bolo de chocolate.

E quando vamos dormir, depois de um dia cansativo, tem alguma coisa tão reconfortante como sonhar? Quantas vezes acordamos de bom humor, com a alma leve, apenas porque estávamos sonhando com alguma coisa bonita, que nos fez feliz.

Já conheci pessoas que perderam seus entes queridos e fizeram de tudo para amenizar a dor, mas nada ajudava. E de repente sonharam com essa pessoa, conversaram e ao acordar conseguiram enfrentar a vida de outra maneira.

Dia desses tive um sonho bom, apesar de parecer bobo. Eu comprei pela Internet uns perfumes, que nunca chegaram, e de repente sonhei que chegavam. Eu ficava tão feliz! Não é o dinheiro, até porque custaram pouco, mas no sonho minha felicidade era enorme ao ver de mim finalmente meus perfumes tão queridos.

Acordei até mais feliz, de tantos detalhes que vi no sonho, as caixas, os frascos. Passei o dia sonhando, pensando em se realmente vou ver esses perfumes algum dia.

Sonhar é a única coisa que nos mantém vivos. É o sonho que alimenta a esperança de dias melhores, de ver nossos desejos realizados, de uma vida melhor.

De dia sonhamos com tudo que podemos, passamos o dia assim, pensando em sonhos que um dia vão se realizar. De noite sonhamos mais ainda.

É a corda que nos segura neste mundo, sem sonhos não resistiríamos a tantas mentiras, a um mundo tão cruel e difícil.

Sonhar nos faz boas pessoas, porque quando sonhamos queremos o bem, esperamos o melhor, acreditamos nas coisas boas da vida. Deve ser por isso mesmo que dizem por aí que os sonhos são o elo do nosso coração com Deus.

 

Iara De Dupont (articulista convidada)


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